quarta-feira, 25 de junho de 2008

Este artigo da bola diz tudo...

"O destino de Ricardo Quaresma está traçado: Inter de Milão. É vontade de Mourinho, é vontade de Quaresma, é vontade do FC Porto, designadamente a partir do momento em que o futebolista denunciou, de uma forma extemporânea, desagradável e quase bárbara na perspectiva dos códigos de conduta, que estava na hora de sair. Mas já anteriormente Quaresma, apesar de idolatrado, estava a ser alvo de algumas críticas internas...

Falar de Quaresma é falar de milhões, e as coisas são mesmo assim: apesar do glosado preço de tabela, 39,999 milhões de euros, Ricardo Quaresma vai sair, e por valores mais baixos, ou substancialmente mais baixos. Como, aliás, já estava previsto em trocas de correspondência e abordagens iniciais com os principais candidatos a recebê-lo, Atlético de Madrid e Inter de Milão. O FC Porto, como é natural, esperaria pelo Europeu para tentar explorar a sua mais-valia ao limite, mas apesar do golo que marcou, Quaresma fez um Europeu para esquecer e saiu amplamente desvalorizado, o que, à partida, admitiria pelo menos mais uma época no Dragão para recompor a folha pública, mas ao colocar-se acima do clube, afirmando desbragadamente que estava na hora de ir embora, o ciganito ajudou a traçar o seu destino, ou, se quisermos, franqueou as próprias portas. Mourinho, seguro de ter mão nele, está agora a dar-lhe uma ajuda...

MEMÓRIAHá um aspecto que ninguém nega: a tremenda qualidade do jogador, decisiva na resolução de muitos jogos problemáticos. E outro que também ninguém ignora: a sua excessiva queda para o protagonismo desenfreado, demasiado perniciosa para os conceitos e equilíbrios de uma equipa. Por isso, principalmente por isso, foi despromovido a frio para terceira opção de Luís Felipe Scolari, e não mostrou, no Europeu, ser credor de melhor sorte, o que não deixa de ser estranho, atendendo à magnífica época que fez, onde só se apagou num momento, por sinal crucial: teve o Schalke na mão e deixou o FC Porto cair de pé pela absurda tendência para o preciosismo.

Curiosamente, e sendo o futebol o mundo (cão) que é, onde clubes, dirigentes e demais agentes se gerem usualmente pelos interesses ocasionais, Quaresma antecipou o seu futuro de uma forma inesperadamente grosseira e que, dentro do clube, foi vista como um acto à revelia próprio de quem já andava a tratar da sua vida, o que hoje se confirma. Essa bofetada foi dada mesmo para abrir a porta: basta ver a altura escolhida (em estágio de um Europeu!, e Scolari até parece ter gostado do exemplo). Basta lembrar que, um ano antes, em pleno trabalho de pré-época, na Holanda, o FC Porto tinha escolhido definitivamente a sua bandeira para os próximos anos, fazendo de Quaresma subcapitão, melhorando-lhe substancialmente o contrato, já de dimensão galáctica, amores e fidelidades juradas com o eco e dimensão próprias de jogador convertido a uma casa e uma causa. Afinal, e como qualquer casamento de Hollywood, esse voto tinha prazo de validade muito curto. Um anito...

É claro que o FC Porto, para lhe acrescentar generosamente o contrato, não deixou de ter a sua contrapartida: a fixação de uma cláusula assustadora (40 milhões de euros) e capaz de dar ainda mais expressão à aura de Quaresma enquanto figura supra do FC Porto. Nessa base, o investimento e progressivas melhorias contratuais e outras mordomias teriam sempre retorno, mas, seguramente, o FC Porto também estava à espera de mais exibições esmagadoras e um Europeu de lorde. Nada disso: Quaresma começou no banco, descaiu para terceira opção e o melhor que se apurou foi um golo, pois no jogo inteiro de que beneficiou ficaram infelizmente a nu os seus maiores defeitos, dele e das vedetas adormecidas que deixaram a Suíça pastar tranquilamente nas barbas de uma Selecção de segunda e repleta de egocentrismos.

Quaresma foi na leva, necessariamente, e desde a eliminação do Europeu, nunca mais se ouviu falar do assunto. Por ter perdido mercado? Admite-se. Moratti veio estrategicamente a público dizer que nunca daria 30 (e não 40) milhões por ele... Quem estiver por dentro percebe: o destino é o Inter, e esse será o preço final.

Há um treinador empenhado em o levar, há confiança suficiente em Quaresma para se fazer esse investimento, e o grande problema é a fria ou quase inexistente relação actual com Jorge Mendes, o empresário de Ricardo Quaresma, e que hoje em dia é praticamente renegado pelo dragão.

Claro que o FC Porto fará uso exterior do privilégio de o ter sob contrato, e Pinto da Costa, depois do episódio Rodriguez, terá de contornar bem essa história de apenas fazer um euro de desconto. Haverá jogos de palavras, areia para espalhar pelo exterior e mais umas quantas manobras de diversão, mas A BOLA sabe que Ricardo Quaresma já tem destino. O Inter."


Sr Carlos Pereira Santos eu não diria melhor!!! Põe tudo preto no branco!

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